Até onde os carros estavam indo as perceptivas eram aterradoras. A segunda ponte havia sido arrastada e o rio alargado cerca de duzentos metros, onde antes eram cerca de 50m.
Os cavalos se tranformam no principal meio de transporte...
A passagem foi improvisada com dois troncos de eucalipto.
Atrás do camping do Benetti ocorreu um grande um grande desmoronamento.
Infelizmente mais a frente a coisa foi pior. O rio quase chegou na casa do Darci, próximo à entrada do ligeiro. A estrada foi engolida.
A ponte do Ligeiro só não foi arrastada pois as pedras passaram por cima.
Em frente à Igreja da Pedra de Amolar os maiores estragos. Duas casas foram arrastadas e a água chegou até o cemitério e muito próximo da Igreja inaugurada no último dia 20 de abril.

Ainda há muita água correndo dos morros e todos os moradores observam a paisagem incrédulos. Nem mesmo os mais antigos haviam visto tamanha destruição. Considerando-se que há um ano e meio havia acontecido outra enxurrada todos estavam ainda mais perplexos. Comenta-se que precipitaram cerca de 300 mm desde o sábado ao meio dia até o final de domingo.
Após a igreja surgem novos estragos. A ponte depois do Ligeiro não foi arrastada, mas a água abriu as cabeceiras. No domingo este trecho estava reparado.
Próximo ao Sítio da Amizade a pequena sanga que desce o morro abriu uma cratera que quase arrastou uma casa.
Daí adiante o rio abriu à direita. As estradas foram lavadas e próximo ao camping surgiu um novo braço de rio que correu por trás de várias casas.
A ponte da entrada do Garapiá acabou de ser destruída, pois desde o ano passado a passagem por ali já era precária. Dali em diante o rio ocupou a estrada e só restaram pedras.
As histórias inusitadas:
Comenta-se que os estragos só não foram maiores pois a lua era nova, fazendo o rio trabalhar mais “por baixo”. Daí a destruição das estradas. Os pontilhões de madeira ficaram quase todos intactos.
Numa das casas destruídas em frente à Igreja da Pedra de Amolar um dos moradores tentou salvar alguns cães e cavalos. Apenas um dos cavalos deixou-se resgatar, os cães avançaram sobre o visitante enquanto a água já subia.
A energia elétrica só voltou na quinta-feira. Para não perder o que havia na geladeira a solução foi resgatar a velha cultura do charque.
A luz só voltou porque técnicos da CEEE acessaram a pé e tiveram a ajuda de moradores que emprestaram cavalos para a empreitada.
No sábado à tarde Jipeiros levaram cestas básicas para os moradores mais isolados.
Perspectivas da comunidade:
Que a situação de emergência decretada possibilite um reparo rápido das estradas. Na última vez diversas obras ficaram pela metade e acarretaram em maiores danos nas pontes e estradas.
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