14 maio 2008

Maquiné

Estive no último sábado, dia 9, em Maquiné pra ver como estavam as coisas depois da enxurrada do feriadão do primeiro de maio. Fala-se que ocorreram três enchentes consecutivas, com intervalos de aproximadamente 6 horas entre o sábado ao meio dia e o final de domingo.

Até onde os carros estavam indo as perceptivas eram aterradoras. A segunda ponte havia sido arrastada e o rio alargado cerca de duzentos metros, onde antes eram cerca de 50m.



Naquele trecho, “retificado” na última enchente, o rio arrastou algumas lavouras e era impossível determinar onde começa e termina seu leito. Só restaram pedras.



Os cavalos se tranformam no principal meio de transporte...


A passagem foi improvisada com dois troncos de eucalipto.



Atrás do camping do Benetti ocorreu um grande um grande desmoronamento.



Infelizmente mais a frente a coisa foi pior. O rio quase chegou na casa do Darci, próximo à entrada do ligeiro. A estrada foi engolida.




A ponte do Ligeiro só não foi arrastada pois as pedras passaram por cima.



Em frente à Igreja da Pedra de Amolar os maiores estragos. Duas casas foram arrastadas e a água chegou até o cemitério e muito próximo da Igreja inaugurada no último dia 20 de abril.


A imagem do google da uma dimensão do estrago...
Ainda há muita água correndo dos morros e todos os moradores observam a paisagem incrédulos. Nem mesmo os mais antigos haviam visto tamanha destruição. Considerando-se que há um ano e meio havia acontecido outra enxurrada todos estavam ainda mais perplexos. Comenta-se que precipitaram cerca de 300 mm desde o sábado ao meio dia até o final de domingo.

Após a igreja surgem novos estragos. A ponte depois do Ligeiro não foi arrastada, mas a água abriu as cabeceiras. No domingo este trecho estava reparado.

Próximo ao Sítio da Amizade a pequena sanga que desce o morro abriu uma cratera que quase arrastou uma casa.


Daí adiante o rio abriu à direita. As estradas foram lavadas e próximo ao camping surgiu um novo braço de rio que correu por trás de várias casas.

A ponte da entrada do Garapiá acabou de ser destruída, pois desde o ano passado a passagem por ali já era precária. Dali em diante o rio ocupou a estrada e só restaram pedras.


Próximo à cachoeira do Garapiá e logo adiante houve dois desabamentos que deixaram o rio como um turbilhão de lama.

As histórias inusitadas:

Comenta-se que os estragos só não foram maiores pois a lua era nova, fazendo o rio trabalhar mais “por baixo”. Daí a destruição das estradas. Os pontilhões de madeira ficaram quase todos intactos.
Numa das casas destruídas em frente à Igreja da Pedra de Amolar um dos moradores tentou salvar alguns cães e cavalos. Apenas um dos cavalos deixou-se resgatar, os cães avançaram sobre o visitante enquanto a água já subia.

A energia elétrica só voltou na quinta-feira. Para não perder o que havia na geladeira a solução foi resgatar a velha cultura do charque.



A luz só voltou porque técnicos da CEEE acessaram a pé e tiveram a ajuda de moradores que emprestaram cavalos para a empreitada.

No sábado à tarde Jipeiros levaram cestas básicas para os moradores mais isolados.



Perspectivas da comunidade:

Que a situação de emergência decretada possibilite um reparo rápido das estradas. Na última vez diversas obras ficaram pela metade e acarretaram em maiores danos nas pontes e estradas.

Veja mais:


Zero Hora - Famílias isoladas no interior de Maquiné, no Litoral, pedem medicamentos.