21 março 2007

Politizados

Há muito se falava que o gaúcho era o mais politizado do país.

Então tá...


Sempre que eu olho no veículo de comunicação de maior abrangência do estado, pelo menos na internet, não é bem isso que parece.


Tá bom que eu sempre leio o correio de trás para frente, começando pelo esportes. Mas será que não existe nenhuma informação de nossa pungente economia ou política que interesse ao leitores do clic?


Compare as últimas:

Com as mais lidas:

sonho de uma conturbada noite de verão

Esses tempos estava na praia e tive um daqueles sonhos hiper-realistas que você leva um tempão para esquecer, ou talvez nunca esqueça, pois eles acabam se confundido com a realidade.


Naquela noite de temporal absurdo que arrancou muitas casas no Cerrito sonhei que passeávamos nos Aparados e sobre uma das fendas do cánion era possível atravessar, caminhando por uma ponte de vidro. Olhava para baixo, entre os pés e observava a mata e o rio correndo entre as pedras.


Nem discuto os aspectos ambientais e nem proponho que façam isso por aqui, mas olha o que os índios do norte fizeram:

Índios inauguram ponte de vidro no Grand Canyon

20 março 2007

Nós vivemos como peixes

Como diriam os Darma Lóvers nós vivemos como peixes.

Estes parecem que viverão um pouco mais.

Olhando a manchete imaginei peixes fugindo do abatedouro graças à intensa chuva que marca o início do outuno como num conto de García Marques.

CORREIO DO POVOPORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2007
Chuva adia inauguração do abatedouro de peixes

A inauguração do primeiro abatedouro de peixes de Ijuí foi adiada para o mês de maio. Segundo a Secretaria Municipal de Agricultura do município, executora da obra, o ato que ocorreria hoje foi suspenso em função das chuvas que estão dificultando a conclusão das obras de infra-estrutura, como a colocação do encanamento. O abatedouro de Vila Santana poderá processar cerca de 2 mil quilos de pescado/dia.

calçada

"Um blog é o contrário de uma calçada - é um espaço privado de uso público."

by Carla Rodrigues

16 março 2007

Requintes de crueldade

As agressões à natureza parecem que não tem limite. Afinal é cada vez mais difícil se ver um animal nativo no seu ambiente natural e a gurizada de apartamento sequer sabe diferenciar um chupim de um beija-flor.

Mesmo assim a biopirataria e o comércio de fauna continuam a milhão mas, esta me surpreendou, nunca tinha ouvido falar de alguém que prendesse Saracuras e Marrecas.

E olha o requinte de crueldade tragicômico. O papagaio assoviava o hino do grêmio...Devia ser o carceireiro, um tipo de "laranja mecânica" pra aves.

CORREIO DO POVO PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA,16 DE MARÇO DE 2007
Casal detido em Esteio com 17 aves silvestres (só para assinantes ?!?)
BM buscava suspeito de assalto e encontrou as gaiolas.
Um casal foi detido ontem, em Esteio, com 17 aves silvestres. Os animais, de espécies como saracura, marreca-piadeira, trinca-ferro, gralha-azul, papagaio e azulão, foram encontrados em duas casas situadas no mesmo terreno, na vila Pedreira, junto à BR 116. A BM chegou até as aves durante buscas a um suspeito de ter assaltado um estabelecimento comercial da cidade. O casal relatou que gosta dos animais e não tinha conhecimento de que praticava crime ambiental.
O chefe de investigação da DP de Esteio, Sérgio Zolin, informou que o casal responderá a processo e poderá pegar entre seis meses e um ano de detenção. Os animais foram recolhidos pelo Ibama. Um dos papagaios cantava o hino do Grêmio. As gaiolas eram pequenas para o tamanho dos bichos.

14 março 2007

histórias de porteiro

Ao chegar em casa ao meio-dia encontrei o porteiro atordoado contando a um vizinho do causo de um senhor que foi à farmácia e solicitou um remédio. A moça falou que não tinha e ele respondeu que então ia se matar.

Teria virado as costas e caminhado até o viaduto Otavio Rocha, o viaduto da Borges, e se jogado, caíndo em frente a um ônibus que teria passado por sobre sua cabeça.

No elevador comentei com o vizinho que este homem tinha conseguido o que muitas moçoilas não conseguiram logo da inauguração do viaduto, lá pelos aúreos anos 20. Elas escreviam cartas suícidas, repletas de romantismo e saltavam do que na época era a mais vistosa obra de engenharia da cidade. Não morriam e pior, quebravam pernas e braços, pois afinal o viaduto não é tão alto assim.

Como não encontrei nada nos veículos de comunicação básicos segui até o site da eptc, o órgão oficial dos acidentes de trânsito na capital dos gaúchos:

12 março 2007

Café com porrada

Não faz muito tempo na Redenção tinha um canto onde se podia alugar bicicletas, o chamado bicicletário.

O prédio de linhas modernistas fica na beira do lago e em sua volta sempre se concentraram os vendedores de pipoca, algodão doce e aí vai...

Dentre as recorrentes políticas da prefeitura de "revitalização" de espaços o biciletário entrou na roda e se transformou no Café do Lago.

No começo gostei da idéia, Porto Alegre voltava a recuperar sua tradição dos cafés (aquela vivida até os anos 60 quem sabe) e a Redenção tinha um lugar legal para tomar um Chopp e curtir o fim de tarde.

Claro que o lugar virou point, mas com isso veio a elitização, outra característica clássica dos espaços de Porto Alegre. Muitos espaços para poucos frequentarem.

Consumação, preços elevados, cardápio mirrado, música de pizzaria tocada no piano....

Só para lembrar, o espaço é público. Concedido e não privado. O parque da redenção é área municipal, portanto o Café cumpre ali um papel, não estando livre a fazer o que bem entender.

Estes tempos passei por ali à tardinha e chamou-me a atenção os inúmeros carros estacionados na volta do café.

A Smam determinou a interdição do "estacionamento" do Café do Lago e parece que o Concessionário não gostou e intermediou diretamente junto ao Secretário Beto Moesch uma petição para resolver a questão...

Pena que o Secretário tenha se envolvido novamente em uma briga o que com certeza acaba denegrindo seu trabalho que, tem ido bem além dos últimos secretários.

Afinal ninguém tinha enfrentado os loteadores clandestinos da zona sul com tanto ímpeto.

07 março 2007

Cachaça

O governo brasileiro, não contente de ostentar que as hidreelétricas são energia renovável agora tenta engambelar com esta de combustível verde...

Começo a achar que a solução é um trem bala para Cidreira.

02 março 2007

Barra Grande

Esta história ainda vai longe.

Que pelo menos seja lembrada pela mentira que tem se disseminado que hidreelétricas são energias renováveis, pela inoperância do poder público na fiscalização do licenciamento, pela fraude do EIA/RIMA e pelas loucas interpretações dos nossos meretíssimos juízes.

Lá se foram, pelas contas da Apremavi, cerca de 6.000 ha. de mata, 2.000 destes de mata de araucária nunca tocada.



Hoje mais um capítulo:
CORREIO DO POVO PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2007
Energética Barra Grande deve pagar R$ 21 milhões.
A Justiça Federal determinou ontem que a Energética Barra Grande S/A (Baesa) deposite em juízo R$ 21 milhões. O valor está previsto no termo de compromisso que permitiu a continuidade do licenciamento da hidrelétrica no rio Pelotas (divisa com SC). O depósito visa compensar impacto com supressão de vegetação para formar o reservatório. O depósito deve ser feito em 10 dias, sob pena de multa de R$ 10 milhões.


Fazendo uma conta simplista:
R$ 21.000.0000/6.000ha = R$ 3500,00 por hectáre de mata destruída. Nem precisa fazer a conta de quantas araucárias tem por hectáre.

Saiu barato, e não me surpreende se eles não pagarem....

Conforme os ilustres empreendedores , Barra Grande gera 709 MW, com base nos 3.334.056 MWh/ano previstos no Contrato de Concessão e o Valor de Refência de R$ 77,70 por MWh a BAESA precisará de 29,58 dias de água passando pelas turbinas para quitar sua dívida com a justiça.


Impossível não copiar esta pérola do síte da Baesa:
A construção da Usina Hidrelétrica Barra Grande e a implantação dos programas ambientais comprovam que é possível conjugar desenvolvimento socioeconômico com preservação ambiental. Indispensáveis para o futuro, as duas metas podem ser alcançadas de forma harmoniosa, desde que cada projeto ou ação seja norteada por valores que priorizam a natureza e o ser humano.