02 março 2007

Barra Grande

Esta história ainda vai longe.

Que pelo menos seja lembrada pela mentira que tem se disseminado que hidreelétricas são energias renováveis, pela inoperância do poder público na fiscalização do licenciamento, pela fraude do EIA/RIMA e pelas loucas interpretações dos nossos meretíssimos juízes.

Lá se foram, pelas contas da Apremavi, cerca de 6.000 ha. de mata, 2.000 destes de mata de araucária nunca tocada.



Hoje mais um capítulo:
CORREIO DO POVO PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2007
Energética Barra Grande deve pagar R$ 21 milhões.
A Justiça Federal determinou ontem que a Energética Barra Grande S/A (Baesa) deposite em juízo R$ 21 milhões. O valor está previsto no termo de compromisso que permitiu a continuidade do licenciamento da hidrelétrica no rio Pelotas (divisa com SC). O depósito visa compensar impacto com supressão de vegetação para formar o reservatório. O depósito deve ser feito em 10 dias, sob pena de multa de R$ 10 milhões.


Fazendo uma conta simplista:
R$ 21.000.0000/6.000ha = R$ 3500,00 por hectáre de mata destruída. Nem precisa fazer a conta de quantas araucárias tem por hectáre.

Saiu barato, e não me surpreende se eles não pagarem....

Conforme os ilustres empreendedores , Barra Grande gera 709 MW, com base nos 3.334.056 MWh/ano previstos no Contrato de Concessão e o Valor de Refência de R$ 77,70 por MWh a BAESA precisará de 29,58 dias de água passando pelas turbinas para quitar sua dívida com a justiça.


Impossível não copiar esta pérola do síte da Baesa:
A construção da Usina Hidrelétrica Barra Grande e a implantação dos programas ambientais comprovam que é possível conjugar desenvolvimento socioeconômico com preservação ambiental. Indispensáveis para o futuro, as duas metas podem ser alcançadas de forma harmoniosa, desde que cada projeto ou ação seja norteada por valores que priorizam a natureza e o ser humano.

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